Jc.

Poesia & Bossa

A luta diária

Seu Rodolfo acorda cedo "pro" trabalho
O céu ainda está escuro, sem o Sol
Prepara a roupa, pega a calça no armário
penteia a juba e se despede da Carol
Desce correndo a ladeira, está com pressa
Chegar bem cedo no trabalho é o que interessa

O Sol já nasce, "Seu" Rodolfo está chegando
Está suando mas na hora vai chegar
Se enganou, "tá" dez minutos atrasado
Pobre coitado, aquela bronca vai tomar

Vende pãozinho, vende leite, vende bolo
"Véio" Simpático, vende bem mas ganha pouco

A tarde chega e "seu" Rodolfo está cansado
Mas o coitado ainda tem que trabalhar
Não passam as horas, e o relógio "tá" sem pressa
E o ponteiro anda lerdo, Devagar

Chegou a noite e "seu" Rodolfo se despede
Está na hora de ir "pra" casa se deitar
Mas no caminho, o nosso amigo se surpreende
Pois derepente vem um malandro o assaltar

-Passa tudo! Não reage, senão atiro!
disse o bandido que gritava sem parar
O "seu" Rodolfo está com medo do indivíduo
quase não se aguenta com vontade de chorar

-Não atire, eu "tô duro", não tenho nada
Nem um relógio "pra" você de mim levar

Mas o que o bandido e nem o "seu" Rodolfo esperava
É que um "guardinha" a paisana passeava
O "Elemento" até tentou disfarçar
Mas o "guardinha" começou a atirar

Um dos disparos acertou o "seu" Rodolfo
que aos poucos começou a agonizar
Trabalhador que não merece tão triste fim
E mesmo assim o destino decidiu lhe aprontar

Essa história se repete todos os dias
Quantos morrem por somente tentar sobreviver


E a Justiça, por onde anda?

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